Há um canto

Há um canto

um canto, há um qualquer...
qualquer um que me complete
para viver homem e mulher
e a criança a quem compete

canto de verde exuberante
canto de muitos cantos
para a mente, um estimulante
para a alma, o acalanto

um canto de ver e ouvir
repleto de toda pessoalidade
encanto de viver e sentir
para o resto e a eternidade

para eu servir simplesmente
com versos e amizade
agradecendo continuamente,
esse canto, à humanidade

Equilíbrio distante

Sigo lutando comigo...
errante, passos em desalinho
ora vencedor, ora vencido
distante, me falta seu carinho.

Num desejo desconcertante
dias e dias sem fim
envolvido em teu cheiro estonteante
buscando me encontrar enfim.

Fé no caminho
de vezes titubeante
inteiro, quebrado, sozinho...
acompanha-me um agravante.

Se te vejo sorrindo, festim
alegro, te espero e fim.

Super Lua

E lá estava você
Linda, super, sempre...
Brilhante, radiante.
Cheia de si e de luz

E eu que limpara a casa
só pra lhe receber.
Assim estava o céu,
nos permitindo ver além.

Absoluta, reinava...
Cintilante, me iluminou
traduzindo em beleza
tudo que meus olhos fotografavam

Bela, resplandescente...
Apontava-me a direção
Segui, ávido por emoção,
excitado por mais uma intente

Uma noite iluminada,
um caminho em duas rodas
Noite e frio subiam juntos
mas me mostrara o sinal

Segui. Em meu peito
lhe conferi abrigo e paz,
Em seu colo restou espaço,
Um dia... para algo mais.

Universo Paralelo

Numa infinidade de mundos
A cada decisão tomada,
a cada curva ou esquina,
a cada dúvida ou certeza
nasce um novo sem morrer o velho.

Tudo flui e nossos caminhos
continuam a seguir...
Minha estrada não é só minha,
sua estrada não é só sua
Todas se cruzam...

Decisão após indecisão,
desconstrução após construção
O universo é um só
muitos são os universos

E, nesse emaranhado de trilhas
Entre a lama e as flores,
ainda sinto sua tez
entre a mágoa e amores
Encontrar-me-ei em ti outra vez.

Melancolia

E essa saudade que me sufoca?
Como o Cony disse um dia,
essa saudade é melancolia.
É a saudade do que não vivi,
do amor, dos amigos que não tive
e do que não vi, nem senti,
dos shows do Gonzaguinha,
do flamengo dos anos 80,
dos computadores primeiros,
do Rio capital, boêmio...
da juventude ativista,
dos dias que não te conheci...
do caminho não tomado,
do que hoje é história.